terça-feira, 6 de abril de 2021

Fundos de Investimentos de Renda Fixa – Como escolher? Qual o melhor?

O artigo anterior deste blog sobre investimentos abordou sete dicas para os iniciantes em aplicações de renda fixa. Esta matéria trata dos Fundos de Investimentos (FI) como uma das formas de aplicação financeira para investidores.

O FI é constituído pela união de pessoas físicas e/ou jurídicas com o objetivo de investir em conjunto, visando um determinado retorno financeiro. Tem a forma de um condomínio, onde as receitas são repartidas entre os investidores, assim com as despesas. Da mesma forma que um condomínio tem um síndico, o FI tem um administrador e um gestor que faz a composição da carteira de ativos do fundo, aspirando o maior lucro possível, sem contudo garantir rentabilidades positivas constantes e ausência de riscos.

Apesar de não corresponder a classificação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), podemos dividir os FIs em Fundos de Renda Fixa (RF) e Fundos de Renda Variável (RV). Estão incluídos nos FIs de RF os Fundos de Curto Prazo e os Fundos Referenciados compostos por ativos financeiros que acompanham, direta ou indiretamente, a variação do indicador de desempenho escolhido. Este indicador pode ser o CDI, o IPCA, o IMA-B ou outro qualquer.

Os FIs de RV podem ser Fundos de Ações, Fundos Multimercados, Fundos Cambiais, Fundos em Cotas de outros fundos, etc. Aqui abordaremos somente os FIs de renda fixa. Esses fundos devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados à variação da taxa de juros (Selic) ou do índice de inflação ou ambos. 

O valor de mercado dos ativos do fundo menos as despesas, como a taxa de administração e/ou taxa de desempenho (se houver), representam o patrimônio líquido do FI. Então, FIs com taxa de administração reduzida, no máximo 0,30% a.a., oferecem mais rentabilidade do que os fundos com taxa de 1% ou 2% a.a., se o desempenho deles forem semelhantes. Portanto, esses fundos de taxas reduzidas são mais recomendados para investidores iniciantes ou conservadores. Existem fundos com taxas de administração zero cujo desempenho é muito baixo, ou seja, rentabilidade abaixo do indicador escolhido e, às vezes, negativa. Mas também há fundos com taxas altas, por exemplo, 2% a.a., cuja rentabilidade é bem expressiva, algo em torno de 20% a.a., mas de alta volatilidade, ou seja, tem alta dispersão (positiva ou negativa) em relação à média das rentabilidades diárias. Quanto maior o risco maior a volatilidade. Investimentos com baixa volatilidade possuem um desempenho mais estável, implicando em um comportamento mais previsível.

As Corretoras oferecem FIs com taxa de administração igual ou inferior a 0,30% a.a., que perseguem uma rentabilidade bem superior ao indicador escolhido. É fácil encontrar fundos que apresentaram rentabilidade, no ano de 2020, superior a 7,75 a.a., bem acima da inflação, e com taxa de administração de 0,20% a.a. Normalmente, esses fundos são indexados ao IMA-B, indicador de inflação de curto prazo da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Também podem ser encontrados fundos indexados ao IMA-B+, indicador de inflação de longo prazo da ANBIMA.

Outrossim podem ser encontrados fundos mais conservadores indexados ao CDI e com taxa de administração de 0,20% a.a. No ano de 2020, esses fundos perderam muito para inflação e renderam algo em torno de 2,40% a.a. Os gerentes dos grandes Bancos oferecem normalmente esse tipo de produto.

Existem algumas ferramentas que permitem analisar o desempenho dos fundos. Alguns sites (*) usam gráficos, índices e outros indicadores para avaliar o desempenho, o risco e a relação entre eles. Uma das formas de avaliar é através do Gráfico de Rentabilidade do fundo que mostra a rentabilidade comparada com o desempenho de um indicador, por exemplo, o CDI, mês a mês ou ano a ano. Outro indicador é o Índice Sharpe (**) que expõe a relação entre o retorno e o risco de um FI (**). Quanto maior for o valor desse índice, maior tende a ser o retorno do investimento com menor o risco. Uma aplicação com índice Sharpe próximo de zero não é aconselhável. Além desses indicadores, o Drawdown permite avaliar qual foi o instante de maior perda do fundo ao longo do tempo e a Volatilidade mede o risco assumido pelo investidor na aplicação. Quanto menor for o valor da volatilidade, menos risco terá o fundo. A Composição da Carteira também é uma forma de avaliar o fundo. Deve-se observar se o fundo aplica em títulos públicos ou em cotas de outros fundos. 

O próximo artigo do blog mostrará um mapa mental sobre investimentos em geral.

(*)  https://maisretorno.com/melhores-fundos

(**) https://www.comdinheiro.com.br/wiki/indice-de-sharpe/

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