sábado, 13 de julho de 2024

A Estratégia Dividir para Liquidar

 Quem trabalhou algum tempo com programação de computadores certamente ouviu falar da expressão “Dividir para Conquistar”. É uma estratégia e também um paradigma algorítmico semelhante ao paradigma da Programação Dinâmica. Envolve quebrar um problema complexo em partes menores e mais fáceis de lidar, a fim de resolvê-lo de forma mais eficaz. Essa abordagem é comumente usada em diversas áreas, como na resolução de problemas matemáticos, de engenharia e até mesmo em estratégias políticas e militares. Ao lidar com um desafio, ao invés de tentar resolvê-lo como um todo, a estratégia de dividir para conquistar sugere abordar cada parte separadamente para alcançar a solução geral. Um algoritmo de dividir para conquistar típico resolve um problema em três etapas. A primeira é dividir, isto é, quebrar o problema em subproblemas que sejam partes menores do mesmo problema. A segunda é conquistar, ou seja, resolver os subproblemas recursivamente. E a terceira é resolver os subproblemas como problemas base, caso eles sejam suficientemente pequenos. 

O termo, embora já conhecido na Antiguidade, foi cunhado pelo imperador romano Júlio César (divide et impera) em seu livro “De Bello Gallico” (Guerra das Gálias), que explicou como a vitória romana na guerra gaulesa era essencialmente uma política de dividir seus inimigos, aliar com tribos individuais durante suas disputas com adversários locais. Essa estratégia também foi utilizada pelo imperador francês Napoleão (divide ut regnes).

A estratégia “Dividir para Liquidar” apresenta uma abordagem semelhante a anterior. A palavra Liquidar tem a mesma etimologia da palavra Liquidez, do Latim Liquidare, de liquidus, “fluido, umidade, líquido”, de liqui, “derreter, escorrer, fluir”. Então essa estratégia envolve a divisão do problema para se ter liquidez ou para liquidar como “limpar uma dívida, quitá-la, enxugá-la”. Esta estratégia pode ser aplicada em uma carteira de investimentos financeiros, por exemplo.

Investidores devem sempre observar o tripé Rentabilidade, Liquidez e Segurança em suas aplicações financeiras. Rentabilidade, liquidez e segurança são conceitos-chave em finanças e investimentos. Ao investir, é essencial encontrar um equilíbrio entre os três com base em seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e horizonte de investimento.

A Rentabilidade refere-se ao potencial de ganho ou retorno financeiro que um investimento pode proporcionar ao investidor. Investimentos com maior potencial de rentabilidade geralmente vêm acompanhados de um nível mais elevado de risco. É importante considerar a relação entre risco e retorno ao tomar decisões de investimento.

A Liquidez refere-se à facilidade com que um investimento pode ser convertido em dinheiro sem perda significativa de valor. Investimentos líquidos podem ser rapidamente convertidos em dinheiro, enquanto investimentos menos líquidos podem levar mais tempo ou resultar em perdas financeiras ao serem resgatados antecipadamente.

E por fim a Segurança refere-se à proteção do capital investido contra perdas. Investimentos considerados seguros geralmente têm um risco mais baixo associado a eles, como investimentos em títulos do governo, contas de poupança e CDB (Certificado de Depósito Bancário), estes dois últimos garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). A segurança é um aspecto fundamental a ser considerado na construção de um portfólio de investimentos equilibrado.

Muitas vezes os investidores conseguem bons investimentos que oferecem somente dois dos aspectos ou conceitos citados. Por exemplo, conseguem uma boa rentabilidade em um produto com proteção do capital, isto é com segurança. Porém a liquidez fica a desejar, resultando dificuldades em converter rapidamente em dinheiro o valor investido.   

A ideia da estratégia “Dividir para Liquidar’ é obter uma pseudo liquidez de forma que o investidor consiga encontrar o equilíbrio entre os três aspectos-chave. Imagine um investidor de nome Patinhas que aplique seu dinheiro em renda fixa, CDB, por exemplo. O mercado financeiro oferta CDB com resgate diário ou com resgate somente no vencimento. Os CDBs com resgate diário oferecem rentabilidades menores que os de vencimento. Então, Patinhas sempre irá aplicar em CDBs com resgate no vencimento. Imagine que Patinhas tem um capital, por exemplo 21 mil reais, que possa dividir esse montante em pequenas partes de mil reais. Patinhas poderá escolher um período de um ano para resgatar seu CDB. Ele tem duas alternativas. Uma aplicar todo seu capital em um único CDB que será resgatado daqui a um ano. A outra é aplicar diariamente mil reais durante os 21 dias úteis do mês, que será resgatado diariamente, durante 21 dias, após um ano.

A primeira vista pergunta-se: qual a vantagem dessa estratégia? Nenhuma. Porém se Patinhas usar essa estratégia diariamente durante algum tempo, por exemplo, um ano, ele ao final terá liquidez diária dos pequenos capitais investidos. Agora imagine que  Patinhas possa fazer novos aportes a sua carteira (esse cara ganha dinheiro, hein!) no decorrer do ano. Ele sabe que o ano tem 252 dias úteis, podendo aplicar mil reais em cada dia e, a partir daí, os juros compostos fazem seu trabalho de aumentar o capital do Patinhas. Após um ano, Patinhas terá liquidez diária, não de todo seu capital empregado, mas de parte dele. Então, essa estratégia requer tempo para o investidor obter resultados, mas poderá ter rentabilidade, segurança e liquidez do capital investido.

domingo, 14 de abril de 2024

Não existe a "Grande Tacada"

A expressão "grande tacada" pode ser usada para descrever momentos de sucesso excepcional nas finanças. Porém, é importante reconhecer que tais momentos são geralmente raros e não devem ser vistos como a norma. A probabilidade de um evento significativo resultar em ganhos financeiros consideráveis é muito, muito pequena. Ganhar na mega sena ou qualquer outro jogo de loteria é quase impossível (probabilidade de ganhar na mega sena é de 1 para 50.063.860). Portanto, o trabalho é a principal fonte de resultado financeiro e vai permanecer dessa forma durante muitos anos. O sucesso financeiro geralmente é construído ao longo do tempo, com paciência, disciplina e diligência, investindo de forma diversificada, evitando perda permanente de capital e mantendo o patrimônio investido ao longo dos anos – isso que fará a diferença.

O exercício de alocar (poupar) recursos é muito mais sobre disciplina do que qualquer outro fator. Aportes mensais, poupar recursos, gastar menos do que ganha, não ter dívidas, tudo isso seria o ideal. Algumas práticas fundamentais para uma saúde financeira sólida são:

1. Aportes mensais: Investir regularmente uma parte dos rendimentos é uma maneira eficaz de construir riqueza ao longo do tempo. Isso pode ser feito através de investimentos em títulos públicos, fundos, imóveis, entre outros veículos de investimento.

2. Poupar recursos: Ter uma reserva de emergência é essencial para lidar com imprevistos financeiros, como despesas médicas inesperadas ou perda de emprego. Economizar regularmente uma porcentagem da renda pode ajudar a construir essa reserva ao longo do tempo.

3. Gastar menos do que ganha: Viver dentro dos meios que ganha é fundamental para evitar dívidas e manter uma vida financeira saudável. Isso significa não gastar mais do que se ganha e ter controle sobre os gastos.

4. Não ter dívidas: Evitar dívidas desnecessárias e pagar as dívidas existentes de forma consistente são passos importantes para garantir estabilidade financeira. Isso inclui evitar o acúmulo de dívidas de cartão de crédito com juros altos e priorizar o pagamento de empréstimos com taxas de juros mais elevadas.

Seguir esses princípios básicos pode ajudar a construir uma base financeira sólida e alcançar os objetivos de longo prazo, como aposentadoria confortável, compra de uma casa ou educação dos filhos.

O Brasil é um país emergente que por definição é mais pobre. Contudo, esse ideal, ou seja, esse exercício financeiro não é uma realidade neste País para muitos o discurso do “corte o café e economize” não é funcional. Assim sendo, aproveite a vida, mas tenha responsabilidade fiscal. Creio que essa é a mensagem central deste artigo.

Assim como você cuida da sua saúde para viver mais, também deveria cuidar das finanças para viver melhor. Pense nisso.

quarta-feira, 27 de março de 2024

Eram nossos antepassados falecidos anjos da guarda?

Parafraseando Erich Von Daniken, seriam nossos ascendentes falecidos os anjos da guarda?

Não há evidências concretas ou consenso científico sobre a existência de anjos da guarda ou sobre os antepassados assumirem essa função. A crença em anjos da guarda é, em grande parte, uma questão de fé e espiritualidade, variando entre diferentes religiões e culturas. Alguns podem acreditar que os antepassados falecidos possam vigiar e proteger seus entes queridos, enquanto outros podem acreditar em outras formas de intervenção divina ou proteção espiritual.

Em quase todas religiões que descendem de Abraão, um anjo é um servidor de Deus, um ser puramente espiritual. Tanto no Cristianismo quanto no Judaísmo e no Islamismo existe a figura do anjo ou do arcanjo. Nessas religiões, os anjos da guarda protegem cada um dos fiéis.

É difícil imaginar a quantidade necessária de anjos para proteger bilhões de fiéis espalhados pelo planeta. Mesmo que essa quantidade necessária fosse na casa de milhões, por exemplo um milhão de anjos, eles teriam um trabalho hercúleo para proteger algo em torno de 5.000 fiéis para cada anjo.

Aqueles que acreditam que os antepassados falecidos protegem seus entes queridos se deparam com outra questão. Existe vida após a morte?

A questão sobre a vida depois da morte é um tema debatido há milênios e não existe uma resposta definitiva. Dependendo da sua fé, crenças ou filosofia, as respostas podem variar.

Para algumas religiões, como o Cristianismo, Islamismo e Judaísmo, acredita-se na existência de um plano espiritual após a morte, onde a alma é julgada de acordo com suas ações nesta vida. Para outras religiões, como o Hinduísmo e Budismo, acredita-se em reencarnação, onde a alma renasce em um novo corpo.

Por outro lado, existem pessoas que acreditam que a morte é o fim absoluto da existência, e que não há nada além disso. Essa visão é baseada em perspectivas científicas e filosóficas, que consideram a morte como o fim definitivo da consciência.

No final das contas, a resposta para a pergunta sobre a vida após a morte é um mistério que cada pessoa precisa explorar por si mesma, e pode variar de acordo com suas crenças pessoais.

Contudo, várias pessoas têm relatado situações de perigo iminente ou de desespero, que poderiam causar acidentes ou até morte, mas que algo as impediu que a situação fosse concretizada. Seriam seus antepassados falecidos protegendo-as? Creio que sim.


domingo, 11 de dezembro de 2022

As Famílias Moreira e Pacheco

Não poderia deixar de escrever sobre as famílias Moreira e Pacheco, das quais descende minha mãe, Adelaide Moreira de Castro e Silva (Zizinha). Essas duas famílias se entrelaçaram através do casamento da minha avó, por parte de mãe, Adelaide Gonçalves Moreira (1885-1925) com meu avô, Urgel Ferreira Pacheco (1879-1942).

A família Moreira veio para o Rio Grande do Sul no finalzinho do século XIX ou início do século XX. O patriarca da família é o baiano Joaquim Gonçalves Moreira, casado com Maria Rosa Moreira. Ele tinha uma pequena padaria e sua esposa fazia doces que eram vendidos no seu estabelecimento. Joaquim e Rosa tiveram três filhos, Antônio Gonçalves Moreira, mais conhecido como Totonho (1875-1953), Adelaide Gonçalves Moreira (minha avó) e um outro que era boêmio (não se sabe o nome).

Antônio se formou na Faculdade de Medicina da Bahia, 1ª escola de medicina do Brasil, no ano de 1900. Esta escola foi criada por D. João VI. O pouco tempo que D. João VI e a família real permaneceram na Bahia, um mês e dois dias, foi o suficiente para que se registrassem alguns fatos de relevância nacional.

O primeiro fato foi a abertura dos portos do Brasil às nações amigas de Portugal. O segundo foi quando D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia, no antigo Hospital Real Militar da Cidade do Salvador, que ocupava o prédio do Colégio dos Jesuítas, construído em 1553, no Terreiro de Jesus. Em 1º de abril de 1813 a Escola se transformou em Academia Médico-Cirúrgica. Em 03 de outubro de 1832 ganhou o nome de Faculdade de Medicina, que guarda até hoje.

Após a sua diplomação de médico, entrou para o Corpo de Saúde do Exercito Brasileiro e foi servir, como oficial-cirurgião, no Rio Grande do Sul. Por lá, morou por vários anos (talvez mais de dez) na cidade de São Luís das Missões, hoje São Luís Gonzaga, e passou alguns períodos em São Lourenço, Rio Grande, Livramento e outras cidades do sul do País.

Antônio casou por volta de 1904 com uma cearense da família Cavalcanti D’Araújo, de nome Josepha (1887-1925), filha do Comendador Vulpiano Cavalcanti D’Araújo (1842-1909), alto funcionário da Alfândega, e de D. Thereza D’Azevedo Cavalcanti. Dessa união nasceram Theresa (1906-2003), Antônio Filho (1909-1939), Joaquim (1911-1967) e João (1914-?). Os três primeiro filhos nasceram no Rio Grande do Sul e somente João nasceu em Fortaleza, Ceará.

Por quase 20 anos o Dr. Antônio Gonçalves Moreira serviu no Rio Grande do Sul, inicialmente com a patente de tenente-cirurgião, depois promovido a Capitão e em seguida a Major e Tenente-Coronel. Nesse período foi chefe do Serviço de Saúde da Brigada de Cavalaria do Rio Grande. Tinha ótimas relações de amizade com pessoas influentes no Estado, como o Senador Pinheiro Machado. Foi através dessas relações que ele conseguiu transferência para o Rio de Janeiro, por volta de 1924, onde fixou residência até a sua reforma do exército em dezembro de 1937.

Sua irmã, Adelaide Gonçalves Moreira (1885-1925), casou com Urgel Ferreira Pacheco (1879-1942), funcionário público de São Luis Gonzaga, tendo sido secretário do Prefeito da cidade em vários períodos. Urgel também foi vereador (naquele tempo se chamava conselheiro) por três legislaturas, até 1924. Urgel era filho de Manoel Ferreira Pacheco, comerciante abastado que morava na maior praça de São Luís Gonzaga (praça da catedral), vizinho de políticos e pessoas influentes, entre elas os irmãos e parentes do Senador Pinheiro Machado, e de Brandina Ferreira Pacheco.

Urgel e Adelaide tiveram quatro filhos. Iracema (1910-1988), Urgel Filho (1913-1986), Maria Brandina (1917-1978) e Adelaide, minha mãe (1921-2002). Adelaide, minha avó, veio a falecer por volta de 1925 de um surto de febre tifóide que assolou o Rio Grande. Pouco tempo depois Urgel casou com a jovem Maurilia Feijó (1904-?) com que teve uma filha de nome Anita (1927-2017).

domingo, 8 de maio de 2022

Adelaide Moreira de Castro e Silva (Zizinha), minha querida mãe

Hoje, 08/05/2022, completa 20 anos do falecimento da minha mãe Adelaide, mais conhecida como Zizinha (apelido de criança). Minha mãe foi a pessoa mais generosa, sensível, altruísta, amorosa e prestativa que já conheci. Minha mãe nasceu na cidade São Luis Gonzaga, Rio Grande do Sul, em 15 de dezembro de 1921. Casou com meu pai, Aluisio de Castro e Silva, em 25 de setembro de 1948 na cidade do Rio de Janeiro.

Filha de Urgel Ferreira Pacheco (gaúcho) e de Adelaide Moreira Pacheco (baiana). Seu pai foi secretário da Prefeitura de São Luis Gonzaga por vários anos e depois foi vereador por duas legislaturas na mesma cidade. O casal teve 4 filhos: Iracema (primogênita), Urgel Filho, Maria Brandina (Mariinha) e Adelaide (Zizinha).  

Minha mãe viveu até os 4 anos com os pais no Rio Grande do Sul. Em 1925 sua mãe foi acometida de séria doença, resultando em morte prematura. A doença de sua mãe foi comunicada ao seu tio, o médico Antônio Gonçalves Moreira, que morava na época no Rio de Janeiro. Ao saber do ocorrido com a irmã, Dr. Antônio Moreira pegou imediatamente um navio que saiu do Rio de Janeiro e depois de uma longa viagem por mar até Porto Alegre e por terra até São Luis Gonzaga, que deve ter demorado quase um mês, conseguiu chegar a tempo de fazer o enterro. Porém, mais uma péssima notícia o esperava quando chegou ao Rio Grande do Sul. Sua esposa, Josepha Cavalcanti de Araújo, que passava férias com suas irmãs em Fortaleza, havia sido acometida da peste branca (tuberculose)  e falecido durante seu trajeto.

Após o enterro da esposa, Urgel informou ao cunhado que não tinha condições de criar sozinho os 4 filhos e pediu a ajuda para criar as três filhas meninas (Iracema, Maria e Adelaide),  uma vez que o menino Urgel Filho poderia ajudá-lo nas tarefas da chácara. Dr. Antonio Moreira aceitou a incumbência, retornou ao Ceará para enterrar a esposa, levando as suas três sobrinhas e deixando-as temporariamente com uma parente em Salvador.

As três irmãs foram criadas juntamente com seus 4 primos (Quinzo, Antonio, Tereza e João), filhos do Dr. Antônio Gonçalves Moreira e de sua falecida esposa. Dr. Antônio Moreira não fazia distinção entre seus filhos e suas sobrinhas, todos tiveram as mesmas oportunidades. Por isso, minha mãe sempre o chamou de Pai. 

Em fins de abril de 2002, dias antes de falecer, minha mãe me disse que havia conversado várias vezes com seu pai, Dr Antônio Moreira, já falecido em 1953 e que ele a teria confortado.     

Saudades.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Cursos Gratuitos de Formação Básica em Investimentos e de Probabilidade e Estatística

Prezados e Prezadas

Recentemente me aposentei do magistério do ensino superior, mas após alguns meses bateu uma saudade imensa da sala de aula. A fim de “matar” a saudade, resolvi montar cursos GRATUITOS, dentro da minha expertise, e pretendo ministra-los presencialmente. A única exigência que faço para ministrar os cursos gratuitamente é que a turma tenha no mínimo 5 alunos. Os seguintes cursos gratuitos estão prontos:

- Formação Básica em Investimentos Financeiros, com Matemática Financeira

- Probabilidade e Estatística para Computação

Meu e-mail para contato é jlcs53@gmail.com. Se alguém estiver curioso para ver meu currículo o link é http://lattes.cnpq.br/6140115232418895

Segue abaixo o programa do curso de Formação Básica em Investimentos.

OBJETIVOS

Introduzir os conceitos, produtos e práticas do mercado financeiro e de capitais,  apresentando sua estrutura, suas características e os principais produtos disponíveis para investimentos e como também os riscos a eles associados.

 

1. Motivação

1.1. Como ganhar dinheiro sem fazer força

1.2. A melhor idade para investir

1.3. A bola de neve dos juros compostos

1.4. Planilha de Cálculo de Renda Constante para Aposentadoria

 

2. Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado

2.1. Funções Básicas

2.2. Estrutura

2.3. Principais Agentes

 

3. Matemática Financeira

3.1. Introdução - Juros Simples e Juros Compostos

3.2. Cálculo do Montante ou Valor Futuro

3.3. Taxas proporcionais x Taxas equivalentes e Taxa Nominal x Taxa Efetiva

3.4. Montante pela convenção linear e pela convenção exponencial

3.5. Introdução a Rendas Certas

3.6. Cálculo do Valor Atual das rendas constantes

3.7. Cálculo do Valor Futuro das rendas constantes

 

4. Investimentos no Mercado Financeiro
4.1. Relação Risco x Retorno
4.2. Renda fixa 
4.3. Renda Variável

 

5. Mercado Monetário e Títulos Públicos Federais
5.1. Conceitos e Instrumentos de Política Monetária
5.2. Títulos Públicos (LTN, LFT, NTN-B)
5.3. Mercado Primário 
5.4. Mercado Secundário

 

6. Mercado de Crédito
6.1. Sistema bancário
6.2. Fundo Garantidor de Crédito
6.3. Principais Produtos de Capitação Bancária
6.3.1. Poupança
6.3.2. CDB
6.3.3. LCI
6.3.4. LCA
6.3.5. Outros

 

7. Mercado de Capitais
7.1. Estrutura e regulamentação
7.2. Produtos de Renda Fixa Privada
7.2.2. Debêntures / CRI / CRA
7.2.3. Commercial Papers 
7.3. Mercado de Ações (Renda Variável)
7.4. Mercado de Derivativos

8. Fundos de Investimentos e Previdência
8.1. Estrutura do Produto e Principais Características
8.2. Fundos de Renda Fixa / Ações / Multimercado 

8.3. PGBL e VGBL
8.4. Classificação e Política de Investimentos

 

9. Outros Produtos de Investimento

9.1 Renda Variável e Produtos Estruturados

9.2. Ações / ETF / COE / FII / BDR


sábado, 12 de março de 2022

Aqui nesta casa (Palácio da Luz) não se dança mais!

O Palácio da Luz, que por anos e anos, foi a sede do governo do Ceará, nasceu no último quartel do século XVIII como residência particular do capitão-mor Antônio de Castro Viana (português), tesoureiro da Fazenda Pública.

Foi construído pelos índios que utilizaram tijolo de coco e barro, extraídos das margens do rio Cocó, e caiado e entelhado com materiais oriundos do Aracati.

O capitão-mor faleceu em 1801, deixando uma grande dívida em favor do erário. Por esta razão a Junta da Fazenda Pública penhorou o prédio e o vendeu à Câmara Municipal da Vila de Fortaleza pela elevada quantia de oitocentos mil réis.

Como a Câmara não dispusesse desse dinheiro criou imediatamente um novo imposto (como se faz nos nossos dias), o curioso subsídio das águas ardentes. O imposto consistia, segundo o historiador João Brígido, na cobrança de quatro mil réis sobre a pipa de cachaça importada de Pernambuco. Desta forma, quanto mais se bebesse cachaça na terra de Nossa Senhora d’Assunção mais cedo se pagaria o Palácio.

Em 1809, o prédio foi trocado por outro, para onde se mudaram os edis, passando a funcionar como sede do governo da Capitania do Ceará-Grande. O título famoso de “Palácio da Luz” foi-lhe dado, naturalmente, após a Abolição da Escravatura, da qual o Ceará foi precursor histórico.

As paredes do Palácio suportaram, em 1892, o bombardeio dos canhões La Hitte de 12 polegadas, ordenado pelo comandante da Escola Militar, por ocasião da deposição do general Clarindo de Queiroz

Estas mesmas paredes receberam os tiros e as pedradas partidos das barricadas populares, quando em 1912 foi apeado do poder o velho oligarca Nogueira Acioli.

Durante anos, os habitantes das cercanias do Palácio e os sem teto que dormiam nas adjacências da Praça General Tibúrcio falavam de sons de música, murmúrios e arrastás de pés que pareciam vir de lá, na calada da noite, como se houvesse uma festa. Eram os fantasmas dançarinos do tempo do governador Matos Peixoto. O Governador José Carlos de Matos Peixoto governou o Ceará entre 12 de julho de 1928 a 08 de outubro de 1930, ao ser deposto pelo governo provisório de Getúlio Vargas. 

Ao final da década de 1920, Matos Peixoto costumava promover todos os sábados um animado baile no Palácio, quando, como diz o povo, “enrascava” a noite toda com sua mulher, a simpática Da. Violeta, na prazerosa companhia de seus correligionários prediletos, os chamados “maravilhas”, e na animação das valsas, polcas e mazurcas.

Em 1930, vitoriosa a Revolução de Vargas, a massa popular enxotou o governador festeiro, pondo em seu lugar o líder aliancista Fernandes Távora, que foi trazido diretamente da prisão para o Palácio.

Antes de ser deposto, Matos Peixoto vendeu o sítio que possuía no bairro do Benfica, chamado de Vila Tebaida, para o meu avô, Gervásio de Castro e Silva. Esse sítio situava-se onde hoje está o shopping Benfica. Matos Peixoto saiu fugido as pressas de Fortaleza em 1930 e deixou várias coisas nesse sítio, inclusive o retrato da mulher (Da. Violeta)  pintado à óleo em um grande quadro.

E, no meio da euforia e algazarra que costumam incendiar esses momentos de exaltação política, alguém colocou uma faixa sobre o frontispício do Palácio da Luz, em que se podia ler:

Nesta casa, a partir de agora, não se dança mais!

Outras histórias e outros fantasmas estão ligados à mitologia deste prédio, que também sediou a Casa de Cultura Raimundo Cela e hoje abriga a mais antiga academia de letras do Brasil.