domingo, 11 de dezembro de 2022

As Famílias Moreira e Pacheco

Não poderia deixar de escrever sobre as famílias Moreira e Pacheco, das quais descende minha mãe, Adelaide Moreira de Castro e Silva (Zizinha). Essas duas famílias se entrelaçaram através do casamento da minha avó, por parte de mãe, Adelaide Gonçalves Moreira (1885-1925) com meu avô, Urgel Ferreira Pacheco (1879-1942).

A família Moreira veio para o Rio Grande do Sul no finalzinho do século XIX ou início do século XX. O patriarca da família é o baiano Joaquim Gonçalves Moreira, casado com Maria Rosa Moreira. Ele tinha uma pequena padaria e sua esposa fazia doces que eram vendidos no seu estabelecimento. Joaquim e Rosa tiveram três filhos, Antônio Gonçalves Moreira, mais conhecido como Totonho (1875-1953), Adelaide Gonçalves Moreira (minha avó) e um outro que era boêmio (não se sabe o nome).

Antônio se formou na Faculdade de Medicina da Bahia, 1ª escola de medicina do Brasil, no ano de 1900. Esta escola foi criada por D. João VI. O pouco tempo que D. João VI e a família real permaneceram na Bahia, um mês e dois dias, foi o suficiente para que se registrassem alguns fatos de relevância nacional.

O primeiro fato foi a abertura dos portos do Brasil às nações amigas de Portugal. O segundo foi quando D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia, no antigo Hospital Real Militar da Cidade do Salvador, que ocupava o prédio do Colégio dos Jesuítas, construído em 1553, no Terreiro de Jesus. Em 1º de abril de 1813 a Escola se transformou em Academia Médico-Cirúrgica. Em 03 de outubro de 1832 ganhou o nome de Faculdade de Medicina, que guarda até hoje.

Após a sua diplomação de médico, entrou para o Corpo de Saúde do Exercito Brasileiro e foi servir, como oficial-cirurgião, no Rio Grande do Sul. Por lá, morou por vários anos (talvez mais de dez) na cidade de São Luís das Missões, hoje São Luís Gonzaga, e passou alguns períodos em São Lourenço, Rio Grande, Livramento e outras cidades do sul do País.

Antônio casou por volta de 1904 com uma cearense da família Cavalcanti D’Araújo, de nome Josepha (1887-1925), filha do Comendador Vulpiano Cavalcanti D’Araújo (1842-1909), alto funcionário da Alfândega, e de D. Thereza D’Azevedo Cavalcanti. Dessa união nasceram Theresa (1906-2003), Antônio Filho (1909-1939), Joaquim (1911-1967) e João (1914-?). Os três primeiro filhos nasceram no Rio Grande do Sul e somente João nasceu em Fortaleza, Ceará.

Por quase 20 anos o Dr. Antônio Gonçalves Moreira serviu no Rio Grande do Sul, inicialmente com a patente de tenente-cirurgião, depois promovido a Capitão e em seguida a Major e Tenente-Coronel. Nesse período foi chefe do Serviço de Saúde da Brigada de Cavalaria do Rio Grande. Tinha ótimas relações de amizade com pessoas influentes no Estado, como o Senador Pinheiro Machado. Foi através dessas relações que ele conseguiu transferência para o Rio de Janeiro, por volta de 1924, onde fixou residência até a sua reforma do exército em dezembro de 1937.

Sua irmã, Adelaide Gonçalves Moreira (1885-1925), casou com Urgel Ferreira Pacheco (1879-1942), funcionário público de São Luis Gonzaga, tendo sido secretário do Prefeito da cidade em vários períodos. Urgel também foi vereador (naquele tempo se chamava conselheiro) por três legislaturas, até 1924. Urgel era filho de Manoel Ferreira Pacheco, comerciante abastado que morava na maior praça de São Luís Gonzaga (praça da catedral), vizinho de políticos e pessoas influentes, entre elas os irmãos e parentes do Senador Pinheiro Machado, e de Brandina Ferreira Pacheco.

Urgel e Adelaide tiveram quatro filhos. Iracema (1910-1988), Urgel Filho (1913-1986), Maria Brandina (1917-1978) e Adelaide, minha mãe (1921-2002). Adelaide, minha avó, veio a falecer por volta de 1925 de um surto de febre tifóide que assolou o Rio Grande. Pouco tempo depois Urgel casou com a jovem Maurilia Feijó (1904-?) com que teve uma filha de nome Anita (1927-2017).

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