O boletim Focus do Banco Central mostra projeções da
expectativa do mercado para a inflação (IPCA), câmbio, preços administrados,
meta Selic e outros índices. Segundo o último relatório
Focus do dia 12/07/2021, a taxa SELIC deve chegar a 6,63% até o final de 2021 e
se manterá neste patamar em 2022 com ligeira alta. Já o câmbio deve fechar o
ano no nível de R$ 5,05 por dólar.
|
2021 |
2022 |
2023 |
IPCA |
6,32 |
3,71 |
3,25 |
Câmbio |
5,05 |
5,20 |
5,00 |
Meta SELIC |
6,63 |
7,00 |
6,50 |
IGPM |
18,35 |
4,60 |
4,00 |
Preços Administrados |
9,70 |
4,50 |
3,75 |
Taxas projetadas pelo Relatório Focus do BC de 12/07/2021
O IBGE anunciou o IPCA do mês de junho de 2021 em 0,53%. Com isso, a inflação dos 12 últimos meses está no patamar de 8,35%, bem superior ao esperado, ocasionando pressão sobre os juros de curto prazo. Essa persistência da inflação em patamares elevados gerou nos últimos meses altas sucessivas da Selic, hoje em 4,25%, e provocou um sentimento de insegurança sobre possíveis desestímulos na economia para conter a inflação. Contudo, a curva de juros de longo prazo (que indica o nível de incertezas para o futuro) já é perceptível essa tendência com os juros DI com vencimento em 2027 saltando de 6,40% para 8,60%.
Se o COPOM aumentar a SELIC para 6,50% até o final de 2021 e mantiver a mesma taxa em 2022, o CDI terminará no ano de 2021 (acumulado) em 4,05% e manterá próximo de 6,50% em 2022, projetando uma taxa mensal de 0,52%.
Alguns analistas do mercado financeiro já trabalham com uma projeção de 8,50% para a taxa de juros. Outros acreditam que a taxa não passará de 7,50%, mas será superior a taxa de 6,50% projetada pelo Banco Central há uma semana atrás. Acredita-se que por causa da inflação e das eleições no ano que vem, os juros devem precificar para cima, principalmente se um candidato com visão mais socialista ganhar a eleição. No entanto, lembre-se que juros elevados é a principal medida do Banco Central para conter a inflação, mas por outro lado inibem o crescimento do País (PIB).
Considerando que o País tem passado continuamente por diversas crises desde o primeiro presidente (Marechal Deodoro) e que elas são de natureza moral, política, fiscal e econômica, pode-se afirmar, sem pestanejar, que o futuro do Brasil é incerto e sempre será. A instabilidade política e econômica atual não permite cravar uma inflação perto da meta projetada, e consequentemente, a precificação dos juros para cima é inevitável.
Observando os
ativos de renda fixa, de emissão bancária, ofertados pelo mercado no mês de
julho, verifica-se uma maior oferta de ativos pós-fixados em CDI e de
prefixados e uma pequena oferta de ativos atrelados ao IPCA. Isto deixa claro
que as instituições bancárias estão céticas em relação a uma inflação em torno de
6,30% ao final de 2021 e mais descrentes ainda com a taxa projetada de 3,75%
para
Ativo |
Vencimento em 12/07/2022 |
Vencimento em 12/07/2023 |
||||
|
Prefixado |
Pós – CDI |
IPCA+fixo |
Prefixado |
Pós - CDI |
IPCA+fixo |
CDB |
8,00% |
125% |
Ipca+2,10% |
9,55% |
130% |
Ipca+3,80% |
LCI / LCA |
7,00% |
102% |
Ipca+1,15% |
7,70% |
105% |
Ipca+2,50% |
Taxa média dos ativos com mais retorno em 12/07/2021
Em um artigo publicado neste blog em março passado, recomendei que os investidores aplicassem no curto prazo, no máximo dois anos diante das incertezas que atravessam o País e fugissem do longo prazo. Investimentos em ativos com vencimento para mais de dois anos é temerário no atual momento.
Diante do cenário pré-eleitoral, da pandemia de covid inacabada, do pessimismo do mercado, os investimentos em prazos curtos (até 2 anos), atrelados ao IPCA (inflação) devem oferecer um rendimento maior, mas não descartaria um CDB prefixado com taxa superior a 12% (difícil encontrar).
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